quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Novo tempo passageiro


Eu queria ter o tempo em minhas mãos.
Fazer correrem as pedras enquanto as piso a caminho de ti.
Não sentir o desperdiçar das horas com as inutilades diárias.
Sonhar que todo silêncio das noites fossem memórias.
Eu queria não sentir o tempo como peso.
Mesmo que, raramente.
Vê-lo passar sem amargar a saudade.
Ser só a vontade.
Queria não desejar controlar o tempo,
respirar o instante.
Leve, livre e dançante.
Eu queria fruir o tempo da tranquilidade.
Esquecer a pressa.
Tem sempre o hoje para me lembrar do ontem.
Tem sempre um amanhã carregadinho do meu hoje.
Tem o tempo a me dizer que não termina porque anoiteceu.
Eu queria me perder no tempo.
Ignorar a agenda.
Mas tem o prazo, tem a data, tem o horário.
Eterno plantar para colher.
Corre, corre, nunca acaba.
Às vezes, faço questão de lembrar.
Depois, esquecer.
Me dar ao tempo como entrega.
Deixar levar.
Adormecer.
Ser menos ponteiro, mais (c)alma.

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