segunda-feira, 16 de maio de 2016

Das coisas que já sei, só as que olhei.
Das coisas que passei, suportei!
viVER é ter ânsias: se me calo é tortura. 
(minha)
Palavra chove? 
Só tempestade!
A boca a desfolhar, efeito do vento, como se mil palavras quisessem me escapar. 
(Efeitos no corpo- que sente).

Em que tempo vivemos?



Nasci e cresci no período da redemocratização do nosso pais. De conquistas sociais e trabalhistas, de lutas e transformações. Nunca fui alijada da história. Os anos de chumbo estão na memória que não vivi. Frui através da literatura, da música, do cinema e das narrativas familiares. 

Nasci e cresci num tempo de esperança num futuro mais promissor de paz e justiça social. Mas a gente sabe que a história é feita de continuidades e rupturas. A gente aprendeu que a vida é feita de lutas. Descobrimos que o que move a humanidade e, também, a destrói é a disputa de poder e de riquezas.
Em algum momento, a ilusão tomou conta de nossos imaginários: Achamos que tínhamos as nossas conquistas nas mãos. Chegamos a proferir: "Naquele tempo..." , "Teve um tempo em que as mulheres não podiam...", "Houve uma época em que os negros...".
Eis que a ampulheta quebra: passado e presente são uma coisa só. Cenas em déjà vu!
Eles voltaram, seu pensamento voltou, suas velhas formas ser e fazer voltaram. Na verdade, sempre estiveram ali!
Mas nós não vamos desistir!
Por nossas crianças, por nós, por nossos pais, por nossos avós.
Por nossa memória e por nossos sonhos.
Não acabou, vamos reescrever nossa história com honra e com luta! Nosso tempo é agora!
Com dizia Cazuza:
"Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados..."
(Imagens de "Ontem": Caco Argemi)