quinta-feira, 30 de julho de 2015

noite sem luar

Uma noite sem luar,
Sem estrela, sem afeto.
Acordo discreto, sei o caminho certo.
Já imagino a despedida sem encanto, sem poesia
Eu te dizendo: Querido, sinto muito volte para orgia!
Sei que não há desespero do teu lado nem do meu.
Nos entregamos, não foi por inteiro, até você  percebeu.
Mais triste que o fim, é acabar assim... (2x)
Tem nada não. Sofrimento não demora.
É que falso amor não sofre quando a gente vai embora.
Não chora!
Não chora!
Do teu pranto seco não brota mais nada...mais nada.
Falha mas não tarda.
Olho pro lado:  teu sono é leve.
O pesadelo é meu.
Ou é tudo insegurança ...
Vou dizer adeus!

Vou dizer adeus! 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

diz

Me diz se corpo e memória não são a mesma coisa?
Se a coisa em si não são, hão de ser muito parecidas.
Pelo menos na música e na poesia... Fantasia!
A gente não esquece o que o corpo viveu um dia.
Psicanalisa pelas inscrições de um corpo que a mãe "erotiza". 
Nas tatuagens perpetuadas do Chico...Brincando feito bailarina
Na cicatriz das artes de menina

Poesia na janela!


Fim de outono:
Tempo das folhas belas
Livres, voando por aí. 
O vento já não me carrega. 
A chegada do inverno anuncia uma doce espera.

Do livro dos poemas impossíveis

Do livro dos poemas impossíveis: 
Eu pensei em algo fantástico. Era realmente incrível para mim. 
Não escrevi.
Ao acordar no dia seguinte, a ideia havia fugido. Escapou no silêncio do sono.

Labirinto-me!


No jogo eterno do perder-se e encontrar-se...
Ser Teseu como quem mira-se no espelho, lutando contra seu Minotauro.
Ser o monstro: forte, impulso quase irracional 
Ser mulher... Ariadne, passional, invisibilizada. 
Novelo de lã desenrolada por ai, marcando caminho. Travessia.
Às vezes sou o próprio labirinto: cheia de caminhos, atalhos, clareiras, paredes e vazios. Complexidade. Mas é certo: há pelo menos uma saída.

feliz-cidade

Cidade de pedra: 
Estamos longe do mar... 
Há um rio que espera,
basta mirar. 
Horizontes melhores,
não basta esperar.
Feliz-cidade a nos abraçar.

Sentir, resistir... reagir!

Não trair a dor,
mostrar-se alma.
Saber que a força nos escapa.
Elo refeito de um destino imperfeito. 
(Des)ideal da vida!
Sentir o caminho, olhando ao longe.
Em sincronia com um tempo generoso,
recortar o cinza dos dias.
Temperando em cores o cotidiano.
Não esquecer, sequer um dia, de sorrir.

fiat lux

Risquei um novo fósforo.
Não era o último... mas o pranto veio, veio leve como vento.
Invisível, mas estava.
Aquele cheiro de pólvora, aquela substância de transformação.
Explode uma nova luz.
Brilho em novas cores... Agora eu!
A chama incenso.
E ainda não é agosto!


space

Assim como na vida, no texto o espaçamento é fundamental.
Se há pouco espaço entre as frases, o texto fica confuso visualmente. Difícil ler e identificar as ideias. Tudo fica muito misturado.
Se o parágrafo está com um espaçamento muito grande, perde a liga. Aí... as palavras ficam tão distantes que é como não se alcançassem. Não se dão as mãos.
Resumo do espaçamento: 
Simples é pouco, sufoca!
Duplo já é demais... Que lonjura.
1,5 é uma boa demonstração de equilíbrio. Super civilizado.

Estou

Em linhas distraídas,
lacunas de razão,
entrego o que nem mesma eu sei.
Até parece mentira:
a gente vai descobrindo, a cada lacuna,
que há muito a saber do que se é.
Certeza transitória.
Incerteza perene...
Inconsciente.
Estou!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Era

Quanta vida se revela
a cada mudança severa.
O tempo que é esfera
onde dor não reverbera.
A impaciência da vida que não espera.. também é passageira.
O coração desacelera
quando a razão impera!
É, o agora.. era.
Mas não é o que se quer, espera!
Merecemos mais que qualquer miséria.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Espera

Cheiro de naftalina: Não vejo o dia, não vejo a hora.
Será que demora esse nosso encontro?
Eu fico na espera...
Me apronto no tempo certo!
Tu precisas do teu tempo: Esse tempo é eternidade.
Eternidade que não vivi.
Nessa espera, queimo minhas horas
Horas de devir e loucura.
Será o que o amor precisa ser feito disso?
Espera sem procura,
Às vezes sem chegada.
É quase sempre uma luta dura
Entre o ir, o vir e o não ir.
Estar junto.
Estar só.
Estar sóbria de paixão: Devaneio de ilusão.
Estar sozinha... Te levar comigo.
Desejo sem necessidade
Saber-se inteira
Construir-se mulher, romper história
De guerra, de terra... Quimera.