quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Uma noite de festa


 
Te desejo uma noite de festa
Uma noite em que tu sejas a festa
Te desejo uma noite de festa
Em que tu celebres os desafios
Te desejo uma noite de festa
Em que tu abraces as vitórias
Te desejo uma noite de festa
Em que tu te juntes à alegria
 
Te desejo uma noite de festa
Uma noite em que o sentido seja o encontro
Te desejo uma noite de festa
Em que não te faltem outros e novos sorrisos
Te desejo uma noite de festa
Em que o teu par seja um colega
Te desejo uma noite de festa
Em que o brinde seja a esperança
 
Te desejo uma noite de festa
Uma noite em que os bons momentos não se tornem simples lembranças
Te desejo uma noite de festa
Em que a harmonia entre na dança
Te desejo uma noite de festa
Em que as surpresas tragam encanto
Te desejo uma noite de festa
Em que o compartilhar seja o som
 
Te desejo uma noite de festa
Uma noite em que se celebre a união
Te desejo uma noite de festa
Em que o presente seja o nosso (con)viver no João.
Te desejo uma noite de festa
Em que o “Nós” sejamos todos!
Te desejo uma festa...
 e um novo ano feito de sonhos.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

sonho

O meu sonho, antes de tudo,
é dormir minhas noites
na certeza de que:
nada em mim foi covarde.
Entre a conveniência e o desconforto, prefiro a coragem.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Fada do sonho



Sonho todas as noites.
Dias desses,  tu me visitavas.
Foi esquisito, depois foi engraçado. 
Assim do nada, com roupas de fada.
Num canto cheio de sol da casa.
Lendo um livro rasgado.
Me falando miudezas ao olhar,
porque não vejo bem as coisas grandes.

Dizia que eu devia ter um gato
Plantar e preparar  minha comida, 
e aguar sempre minhas flores. 
Saiu achando graça,
rindo da minha cara,
duvidando que eu saiba me cuidar sozinha.
Queria ficar de mãos dadas com tua luna, sempre seria tua lua.

E olhando para o rio,
beijavas as estrelas,
mesmo as ninguém vê da cidade.
Mas aqui no morro é outra terra,
lembra  o interior, praia ou uma aldeia.
E por causa disso, gostas de viver aqui
E de ser passarinho, fada ou sereia.
Voar por aí,  algumas vezes.
Nadar por aí. Espalhando teus versos e teus sons.

O piscar das tuas asas
acordou meus olhos:
Saiste dançando a saia
desfolhando os livros que só as crianças sabem ler.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

com as palavras


Com as palavras se  luta pela paz e se faz a guerra.
Com as palavras se constrói e se destrói.
Com a alma se faz o poema – e  canto da terra.
Com o ego se faz a guerra – e  tudo se desfaz.

Com o poder se fenda o mar, com os braços se navega.
Não só das pedras se fazem os prédios, mas de suor.
Que é o fruto da luta dos que não se calam
e fazem da sua voz, as suas armas.

Corrompe-nos o tempo com suas tramas.
Mas é a esperança  que se vê nas flores raras.
As pedras, ao vento, como as folhas se vão...
Novos tempos: quais as verdades e as utopias nos libertam?

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Se... tudo gira

Se tudo gira, eu também mudo.
Se tudo pudesse, o melhor eu faria.
Aqui, ali.
E, eu sei que a (mu)dança  começa por mim.
Logo eu, que amo dançar.

Na realidade:
se eu tivesse coragem, novamente, mudaria minha vida .
Se essa força tivesse, faria de tudo para descobrir um novo retrato de mim mesma.
Quem sabe feridas fossem fechadas...

 Novas chagas no caminho do amor: outras dores, novos amores.
Neste novo tempo: amor próprio seria a linguagem.
Sem essa de trocar seis por meia dúzia.
A ideia seria tocar minha alma.
Se fossem com aqueles dedos renascentistas, ainda melhor.
Eu não teria mais medo da solidão, muito menos do abandono:
Dona de mim, uma vida a brincar de ser (nova)mente minha.
Retrato de minha utopia

terça-feira, 3 de julho de 2018

Só chove!


Por medo do meu temporal,
guardei as palavras
chovendo em ensaios.
Ventava realidade.
Sem chances de um pôr do sol,
redigi nuvens carregadas.
Prenúncio de que água tarda mas não falha.
(Trans)lúcida fala.
Quando vem, lava. 
Me escorro em alma,
na calma da escrita.
Agora só a chuva salva.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

inscritos


Eu aprendi sua cartografia.
Cada detalhe, eu reconheci-
do teu calor ao teu frio,
do que é aparente ao que é vil.

das superstições ao ceticismo que gosto de ver-
das linhas das tuas mãos em que eu gostaria de ler
talvez vestida de cigana, jogaria minhas cartas
dançaria em  um vendaval.
eu sei você de cor- da ponta dos dedos ao fio do caos.

Sob o calor do sol, a pele dourada.
O abraço quente cobrindo do frio.
Na chuva fina, seu jeito manso.
Me lavo
- às vezes travo
no teu clima sem previsão.

Já li sua biografia,
todos os capítulos que você me revelou.
Das tuas pequenas loucuras as coisas lindas que você criou.
Do que nos faz chorar, das nossas risadas na cama
e do meu batom que mancha sua boca.
Todos os signos inscritos no teu ser. 

sábado, 12 de maio de 2018

Perdida



Tão perdida
quanto me encontraste,
Subitamente, sem qualquer resposta, te achei dentro de mim.
Tão perdida quando te entregaste,
Inesperadamente, ao não traçar caminhos, correspondi.
Tão perdida como nas manhãs sem fim, sigo
desnorteadamente apaixonada,
gostando de me buscar em ti.

domingo, 29 de abril de 2018

-novos sentidos do (meu) dicionário da vida.

A distância é uma ponte inefável;
quando faço do passo, confiança.

O perdão perdeu o peso;
ganhou asas, voando compaixão .

A presença respirou novos ares;
nos ventos da liberdade, é conexão .

A amizade despreendeu-se da escolha;
mas como laço, se ajusta na entrega.

O amor eximiu-se da cobrança,
alicerçando-se no desejo, na doação e na esperança.


sexta-feira, 27 de abril de 2018

Menino

Eu vi um menino
O menino corria,
morro a baixo
freava os pés descalços no asfalto e seus buracos.

O menino olhava perdido,
suava e bufava.
Corpo franzino,
respirar não era possível.

O menino esquivo desaparecia.
Ali, na curva, eram ele e a lua.
Sirene, gritaria, latidos.
Um estampido que ofusca.
(A)bala
não era para ele. 

Menino,
na camiseta jaz
escrito
PEACE

sábado, 21 de abril de 2018

Tempo

Permita-me o tempo vivê-lo por inteiro.
Ser entrega e ser espera, tal qual o silêncio é para o som.
Nas ondas do instante, sou presa em pressa.
Sentindo as emoções que dão o tom em toda escala.
Percorrendo oitavas em meus compassos mais íntimos.
Ritmos e vínculos.
Dançantes e cambaleantes as borboletas que me levam.
Me carregam, feito música, o presente.

terça-feira, 10 de abril de 2018

ambos

Ambos à beira do caminho,
pensamos que é muito longo.
Desvio por um atalho e respiro. 
Dentro do nosso olhar, espera um futuro.

segunda-feira, 26 de março de 2018

outono-me


Outono-me como as árvores despidas,
lembrando, em minha boca, as flores.
Nas doces manhãs, em que meus olhos ainda brilham com teu orvalho,  
Pequenos botões abrem-se para  renovar nossos dias.
Uma fome nos invade.
Aquela loucura boa de querer
e  amar descobrir, na vida, as suas alegrias.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Tentei

O que faz ser assim?
Eu já pergunto e respondo.
Na verdade, eu já sei.
Já tentei .
Impossível dizer que chances não dei.
Assim, se esvai tudo o que criei aqui dentro

Cada sonho, cada expectativa.
Ficam ali  distorcidas.
Agora, seguro o choro e espero,
Como estivesse sozinha num deserto.

Tentei e não foi pouco.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

coisas da vida



Um pensamento voou no silêncio da casa,
suas palavras escoavam
feito o café que perfuma as manhãs.
Não as decifrei, não as segurei, mas sorri.
Num labirinto sem bússola,
meus passos por ai.
Corro atrás do que perdi,
do que me passou e não compreendi.  
Voltar, não posso.
Só sei ir,
desejar
e descobrir as coisas da vida para te mostrar.
Coisas novas, tristes e belas.
Vida alegre e leve.
Que antes da morte existem as horas e os dias, todos para
Inteiramente (só) ser.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Quantos

Quantos choros você  vai engolir?
Quantas vezes você vai fugir?
Quantos prantos você vai limpar, cuidando para maquiagem não borrar?
Quantos vezes vai dizer sim ao invés de não?
Quantos comportamentos você vai sucumbir ao não ser ?
Quantos silêncios você vai deixar de ouvir?
Quantos toques vai se recusar de sentir?
Quantos defeitos você vai assumir como seus?
Uma hora ou outra você sufoca.
O pranto vira mar.
Não vá se afogar.


domingo, 28 de janeiro de 2018

Meu amor

Meu amor é pelo, é poro.
Fala, falo.
Meu amor é linguagem, paisagem.
Olhar, lugar.
Meu amor é aqui ou quando está lá.
Presença, ausência.
Meu amor é entrega, confiança.
Sem pressa, segue.
Meu amor é manhã, acordar devagar.
Noite, música.
Meu amor é mistério, surpresa.
Elogio, papo sério.
Meu amor é rotina, prazer.
Frio na barriga, louca para te ver.
Meu amor é saudade, vontade.
Espera, inspira.
Meu amor é Ilíada, mitologia. 
Prosa, poesia.
Meu amor é desejo mesmo quando não te vejo.
Sonho e pesadelo.  

Medo do meu medo



O medo de ir até a esquina
ou de não chegar até ali.
O medo da bala, do tiro que soa
seco por aqui.
O medo das vidas perdidas pelas balas soltas por aí.
O medo do ladrão.  O medo da polícia.  O medo da política.
O medo de ler nas manchetes o que a gente já vê ou finge que não.
O medo que aprisiona ou que faz viver no eterno (a)pesar.
O medo de andar sozinha
e ser reconhecida na fragilidade de ser mulher.
O medo do assalto, o medo do sequestro, o medo do estupro, o medo de ser invadida.
O medo ao escutar um barulho na porta, o barulho dos passos, o barulho da moto, o barulho da sirene das viaturas.
O medo do que o barulho causa dentro, nos segundos que voam -como horas- até que a respiração possa acontecer.
O medo ao imaginar que no morro a coisa tá pior. O medo ao não conseguir  imaginar onde essa onda irá nos levar. E que, aqui, é  só a ponta desse iceberg.
O medo ao pensar que alguém lucra com esse sofrimento todo. 
O medo de não sentir mais medo
e levar a vida acreditando que isso tudo é normal.
O medo da violência que mora dentro de nós quando o medo vence.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Escada



Já falei da janela,
hoje é a imensa escada que visito:
sussurros, risadas e segredos.

Quem, na ingenuidade da idade, poderia escutar tal 'verdade'?

A criança que fala - e não perdoou- vive, ali, no adulto a repetir. 
Repetindo, acredita.
A culpa é de quem deixa o sofrimento para ser livre?
Santos são os homens, a quem a natureza sempre salva.

Escondida, me recusei a aceitar essa gaiola.
Se a menina que fui não nasceu com asas;
é nas palavras que busco força para voar. 
Hoje, exposta!

Ponte

Lembro-me daquele olhar.
E, basta o olhar para ser.
Nada ficou do que era,
nem eu mesma.

A lembrança -apenas- teima
em fingir ou inventar essas histórias.
Facetas.
Reais ou não,
cristais do ontem.
Rastilhos do que interessa,
sustentando a ponte que me trouxe.
(Aqui)

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Do (a)mar em Minas Gerais


Que os horizontes se completem no traçado do olhar
Mesmo que não haja o mar, seja possível sonhar:
viajar em cada onda de pedra ou de ar.
Que os destinos se cruzem  na vida.
Ainda que seja de surpresa, será bem-vinda:
cada encontro celebrado nas despedidas.
Que os encantamentos sejam o tempero da entrega.
Doar-se e receber, sem espera.
A saudade, que antes de ser,  já nasce.
Prenúncio de nossas vontades.
Que sejam os atos a coroar as palavras.
Os toques, (con)textos.
Teu ar, pretexto para amar... Mais e mais,
Te admirar.