quarta-feira, 6 de abril de 2016

aroma/ amor-a

No dia seguinte, ela havia esquecido o cheiro que a rua tinha.
Isso não era um absurdo tão grande naquele momento. 
Guardava ainda sua coleção de aromas, já em pequenas amostras, gastas pelo uso: capim-cidreira arrancado do canteiro, avô aos domingos, calliandra em flor no vasinho do banheiro, abraço de amiga, travesseiro dormido, maquiagem vencida, praia em janeiro, armário da tia, comida de mãe que vai até o elevador, alho raptado da tia-avó. O potinho mais novo de todos e que trazia mais saudade: sobrinho sorrindo!

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