domingo, 20 de dezembro de 2015

Sobre uvas passas, (mu)danças e as festas de final do ano!


           Primeiramente, preciso me posicionar e confessar que amo uva passa e as como durante todo o ano. Misturadas na salada ou na farofa: é minha ceia pessoal sem data especial. Vi algumas "campanhas" recentes, nas redes sociais, contra as inofensivas bolinhas doces e suculentas. (sim, elas são deliciosas quando bem preparadas).
          Bueno, esse texto não pretende ser um texto culinário. É que me "passa" uma metáfora também bastante divulgada e visualizada nas telas: "tudo na vida passa, até a uva passa" ou "tudo passa, tudo muda". A máxima de que "Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio... pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!"  Ou, na voz de Lulu: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa. Tudo sempre passará (... )tudo muda o tempo todo no mundoooo!” (desculpa, também grudou no cérebro agora. Foi inevitável!).  “Amanhaaaaã...” (eu sei, essa foi terrível).
                Essa coisa toda é pra dizer da nossa necessidade em pensar na mudança. Dever ser para isso que tem sempre um “ano novo”. Marcamos nosso tempo, demarcamos nossa história através dele. É preciso saber que podemos nos transformar, não que devemos, mas que podemos. Penso num (des)Imperativo do que vai passar... É sempre uma escolha. A dor passa se deixamos de gozar os benefícios de ser vitima. A ilusão de uma paixão também passa quando nos olhamos fora do espelho do Narciso. Novos hábitos podem surgir, quando nos damos conta de que “o passado é uma roupa velha que não serve mais”.
                Além de gostar de passas, sou suspeita em falar sobre renovações porque minha vida é cheia delas. Pequenas rupturas traduzem o que sou hoje. Minha vida podia estar dentro de uma caixa, uma falsa caixa de presente, com certezas e práticas tradicionais e conservadoras. Onde estava meu desejo? Quase foi isso. Não foi porque rompi meu silêncio papelão, estou rompendo a cada dia... ”E não é fácil!” Acho que reside ai a importância do significante  (Mu)dança. E como é bom dançar com a vida. Vez ou outra, pisei no pé do partner, tive o meu pisado também. Sai do ritmo e quase escorreguei. Mas logo vem outra música e posso acertar o passo, novamente.

                Tem coisas que mudam, que passam e não fazem a mínima falta. Mas, tem coisas que permanecem e que nos deixam seguros para que não nos percamos por completo nesse caos que a vida pode ser, às vezes. Para mim, se no final do ano tiver família, música, boa comida, dança, reflexões e uva passa, no “Amanhã está toda a esperança por menor que pareça...”. Por isso, defendo a permanência da uva passa nas festas de final do ano. É uma escolha comê-las ou não. “Quem não quiser que as separe”. 

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